Cântico ao amor proibido
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Eu sempre soube que você seria assim como o Sol que encanta no entardecer e aquece no amanhecer.
Mas sempre a uma distância chorosa onde não posso sentir o teu cheiro.
Quando o desejo incendeia meus sentidos, minhas mãos não pode tocá-lo e meu corpo não pode sentí-lo.
Eu sempre soube que a tua
amabilidade e a tua gentileza,
estão nos versos que tua alma dita.
Um poeta não poderia
ser diferente!
Não romancear o dia a dia
seria como negar a poesia.
Eu sempre soube que a praticidade era um vínculo que não lhe permite
a paixão, posto que a paixão é um requisito da loucura, dessa loucura que nos tira do prumo e nos enche de ternura e amor lascivo.
Ao homem público isso não é permitido, ao poeta sim,
mas o primeiro é mais forte
e sufoca o segundo.
Num vacilo, cheguei a pensar
que o Poeta se perderia na poesia
e mergulharia nos braços
da paixão...
Doce ilusão a minha!
Eu sempre soube que pra você
os braços cotidianos são mais confortáveis e seguros, mesmo que a solidão dos dias cheios,
torne-o vazio nas noites cômodas.
Eu sempre soube que me renderias versos para que eu respirasse
o oxigênio das palavras
e não morresse sufocada.
Eu sempre soube que nos dias
e nas noites à tua espera, quando minha alma clamava pela tua voz, pelo teu sorriso, meu corpo desejava o teu toque e minha boca os teus beijos, eu acabaria por encontrar o tangível que me negas. Minha alma de pronto recusa
o suposto “bem” encontrado...
Não me inspira versos!
Eu sempre soube que a poesia
é o termômetro que mantém
a chama da paixão viva em mim. Essa paixão jamais esperada,
que me move e não faz nenhum sentido...
Passeia a cheirar perfumes
de flores amarelas que exalam amor proibido e foi aí,
que você se tornou meu vício.
Permiti-me a ilusão do “querer” e do “quem sabe um dia”...
Só que o tempo “sabe passar
e eu não sei”!
A espera ilusória é o tormento e você o alento que não virá!
Eu sempre soube!
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