Existo além da poesia
Eu sinto, como sinto, sufoco gritos, e deixo o silêncio invadir meu versejar.
Sofro, mas aprendi, que nem sempre a realidade compensa, ela é fria, dura como a morte.
Então me entrego aos sonhos, devaneios, saio desse mundo e viajo pelos sonhos, as vezes alheios...
Sei que moro em seus sonhos, quero sair, eu existo, não sou mera ilusão, ou produto de sua imaginação.
Eu respiro, sinto, sou carne viva, nas suas idas e vindas de sonhar.
Sou o que quiseres, da maneira que imaginares, mas cuidado, não se perca no abismo que não permite os sonhos realizarem, o poeta é sonhador, ai de nós não fossem os sonhos que nos dão asas para voar, pra onde seu coração desejar, e como pássaro, as vezes vê suas asas quebradas, pelos sonhos frustrados...
Mas ele sonha, ele luta, ele se rebela, usa sua única fonte de energia pra trazer à vida, dos sepulcros sombrios, de sonhos adormecidos.
E eu me entrego as minhas verdades, indômitas, vôo nesse mundo insano de sonhos que a poesia permite-me desbravar, mas...
há tanto ainda por dizer, mas as palavras sufocam, há tanta coisa que não quer calar, e eu poderia falar, mas talvez eu seja fraca em não confessar tudo que me angustia...então talvez alguém leia-me nas entrelinhas, naquilo que não consigo expressar nem mesmo em poesias.
Talvez um dia eu possa sorrir, nessa tal realidade, sem precisar dos sonhos para fugir dos gritos da minha intensidade.