PRONOME POSSESSIVO PERFEITO
A manhã vai morrendo acalentada pela esperança de um dia viver um grande amor que aquiete as diásporas do peito alado. Alguém - pronome possessivo perfeito - deixará de ser partícula solta nos marasmos do cotidiano para se tornar desvio da razão prática sobre as pétalas da sensibilidade. Um veludo azul escorrerá sobre os ombros quando o crepúsculo raiar e os candelabros acesos matizará púrpuras, turquesas e rosicleres profundos. Vinhos-chilenos, cervejas-negras da Baviera, polvos do Mediterrâneo, manjares-turcos e chocolates de Copenhague alimentarão os nossos sonhos repletos de amores-perfeitos, duendes, fadas e fundos-de-quintal. As linhas do destino cravadas nas mãos se juntarão e nunca, nunca mais haverá neste pobre coração de poeta a canção Ne Me Quitte Pas. Apague as luzes!