HOJE, SIMPLESMENTE ISSO!

     Suba a escada, vá ao terraço, look Up lage, olhe a paisagem, veja as cores, o sol ainda não nasceu, mas, a lua está lá, o que vês, o que sentes? Se o mar ainda está negro pense na sua negritude e nas suas ondas imaginárias que sumiram do teu radar e adormeceram ocultas num instantâneo, uníssonas e elegantes como as damas da noite que valsavam nos salões da Broadwey; Sinta o frescor e o aroma da maresia, levemente, em teus lábios já salgados e ásperos em segundos, sem euforia, sem a doçura de um beijo louco de Afrodite, nos braços de Baco ou de Zeus, sem nada entender; Procura pensar o infinito e dentro de mais alguns instantes o verás delineando a linha do horizonte, bela e imponente culminando com um relevo maravilhoso, sem precedentes e/ou antecedentes ancestrais bucólicos, numa horizontalidade a se perder de vista que se funde com as águas e o céu, sem silhuetas longínquas, lilases, sem marcas d'água, diluindo-se no emaranhado discurso de Deus, da criação do mundo, sem peixes a pular fora d’água para o seu dejejum, apenas, alguns barquinhos em travessia, travessos, tímidos e sonolentos, ainda num cenário que lembra As Brumas de Avalon e/ou bruxas quaisquer do planeta, cuja travessia vira uma incógnita à chegada a lugar algum, atrás daquele rochedo que mais parece um esconderijo milenar, obsceno, à provações do submundo do incerto, tão quanto o certo que injusto, submete os mortais a sacrifícios inimagináveis, decadente tempo em que o tempo sofre the disease dark, (doença da escuridão) do dark bat, injustamente apedrejado por todo planeta que também lhe pertence, dormindo em pencas, tranquilo e aconchegado nas cavernas do rochedo, guarida de seus dias de refúgio e, sem esperança na noite seguinte, volta ao seu ataque sanguessuga às estrebarias, às amendoeiras frondosas, aos desavisados que perambulam sós, maltrapilhos sob o viaduto de Botafogo aconchegados em seus carrinhos coletores de papel junto ao fogo, da meia noite com seus fiéis dogs e adormecem sonhando o dia seguinte, se houver um novo dia seguinte e por conseguinte no extremo refúgio do nada, para o nada que resume-se no amanhecer, tudo e nada será como antes, futuros irremediáveis onde esperanças são truques sórdidos cotidianos para sobreviver a esse apocalíptico tempo, emoldurando o tempo diminuto e esparso, com mortalha e lágrima. 
     Suba ao terraço... à lage ...
edidanesi
Enviado por edidanesi em 12/06/2021
Reeditado em 12/06/2021
Código do texto: T7277029
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