Atmosfera cinzenta

Estou submergida –

Tentando digerir toda essa atmosfera cinzenta.

Uma realidade que não acalenta –

E sim asfixia!

Pais perdendo seus filhos;

Filhos perdendo seus pais;

Mães que não tem o privilégio de ver os filhos nascerem.

Porque são arrancados de seus ventres por armas de fogo.

Uma violência desmedida –

Que faz sangrar a alma.

E nós?

Os que aqui ficamos nos deparamos uma realidade paralela, que por mais que nos esforçamos para que tudo seja mais leve e diferente –

Faz com que tudo seja mais pesado.

Moradores de comunidades:

Somos condenados –

Somos massacrados –

Pelo Estado que não protege, e sim condenada.

Sem ao menos projetar –

Tomamos um soco de impotência no estômago –

Ou uma arma de fogo:

Quando apontada, corre-se o risco de atirar.

Caímos de joelhos –

Na tentativa de respirar.

A cabeça atordoada, imaginando uma ilusão.

Mas não!

Mais uma vida –

Menos outra vida –

Mais uma vítima.

O algoz não pergunta quem é, ou o que representa!

Outras tantas mais condenadas pela falta de oportunidades.

Asfixiados –

Tentando respirar –

Andando em fila indiana –

Na expectativa de não ser o próximo –

Na infinita estatística!

Basta de violência!

Basta de nos matarem!

Moradores da comunidade,

Só tem um desejo:

De fugir da brutalidade –

Aquela que oprime,

Transformando a realidade!

Fabby (ana) Lima
Enviado por Fabby (ana) Lima em 11/06/2021
Reeditado em 15/06/2021
Código do texto: T7276257
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