Uma história triste.
Já não chove.
E o cheiro da estiagem se faz presente no interior da alma que, antes estava nublada e cinza. O tempo e a distância foram capazes de amenizar a dor causada por um sentimento que não se pode definir como amor, pois amor não machuca, não dói, não faz chorar; ao contrário, alivia as dores , causa torpor e traz sorrisos.
Hoje a alma se lembra de como agiu em uma situação que, ela própria criou e tornou difícil. Ela pensava; o que fazer: chorar, fugir ou enfrentar?
Pois é; a alma, além de ficar e enfrentar os problemas, ainda conseguiu se beneficiar deles, aprendendo e crescendo emocionalmente. Sim, conseguiu dar a volta por cima. Mas ficou uma lição disso tudo. Frente às adversidades que a vida lhe trouxe, muitas vezes por escolha dela mesma, foi inevitável experimentar o gosto amargo da frustração em alguns momentos.
Mas conseguiu. Extrapolou os sonhos!
Vivenciou as mágoas. Conviveu com fracos, suportou os falsos e se manteve em pé, mesmo com pedradas a atingindo em cheio.
Varreu de si a revolta ignóbil, o desprezo inútil, a tristeza vã, a descrença falsa. Reabriu seu coração à vida.
Deixou reflorescer a ternura que murchava dentro dela. Olhou em volta e para o céu sem fim... E se conformou com o mundo e com a vida.
A vida e o mundo que merecia e queria para si.
A mesma vida que, ensinou a ela como dar a tal volta por cima e ver que após a tempestade o sol brilha e que a dor não dura para sempre. E que ensinou que lágrimas lavam a alma fortalecendo a vontade de vencer, que um dos maiores dons que uma pessoa pode possuir ou compartilhar é ser capaz de passar pelos espinhos e encontrar a rosa dentro de outras pessoas, que o sofrimento é só uma ventania que arrasta as folhas secas, mas não destrói a beleza das flores, e que, tendo coragem e perseverança, se pode derrubar qualquer obstáculo, acreditou nisso, abriu a janela e percebeu que já não chovia mais.