Fossa de amor
_Você emagreceu muito.
Estão dizendo por aí que foi dor de amor.
_E', quando me apaixono é assim, a minha entrega é total.
A dor têm sido terrível. Tenho comido o pão que o diabo amassou.
Durmo `as custas de remédio. Minha pressão foi a 20/17.
Vejo tudo cinza, sem alegria, sem cor.
_Viaje. Vá conhecer outros lugares, outras pessoas. Isso pode amenizar o seu desconforto..
_Não sei se seria uma boa. Nada faz sentido.
A ausência dela contrista minha alma, usurpa tudo de mim, meu humor, meu interesse, meu ânimo, meu desprendimento, minha vontade de viver. Me sinto exaurido, arriado, com a autoestima no chão.
E o pior de tudo é que não existe remédio para isso.
_Dizem que para curar um mal de amor só mesmo encontrando um novo amor.
Saia para a noite, se insinua, vá a luta. Ficar por aí, cabisbaixo, não vai ajudar em nada, Reaja, a vida segue em frente.
_Pois é meu. Começar de novo. E' isso.
O problema é aquele ritual de sedução.
Me sinto cansado e, ainda por cima, sou ruim de cantada.
_Mas se você está sofrendo de amor...
_E' um caso antigo. Eu já a conhecia de muitos anos.
Ela sempre foi a minha grande inspiração, mas só descobri isso anos depois.
_Reinvente-se, mude o estilo. Compre um carro novo.
Mude o corte de cabelo, o guarda roupa, sei lá!
Só não desista, Avançar sempre, retroceder, jamais!
_Você está certo.
A solidão enferruja o coração.
Isso não.