Impactados
Impactados –
Pelo vírus enjaulados.
Cada um escolhe o lado que lhe convém,
Nada de ficar em cima do muro,
Seguro não lhe mantém.
Famílias divididas –
Fomentados em meio às dívidas.
Em seu próprio país –
O clima frio.
Esquerda e direita –
Sangue nos olhos.
Na navalha segue o fio.
Em meio à pandemia –
A ameaça espalhando o caos.
Asfixiando –
Afogamento à seco.
Como um serial killer, deixando os rastros de mortes.
Idosos, adultos, jovens e crianças –
Ninguém é poupado.
Políticos genocidas –
Brincando com milhões de vidas,
Aliando-se ao que for mais letal:
Pode ser o vírus da covid-19 –
Ou a violência, na mira do fuzil,
O que for mais eficaz.
Cidadãos carentes –
Sem o mínimo de apoio.
A fome se espalhando-
Minando a saúde.
Cadê a felicidade?
Perdeu-se em desalinho a realidade.
Em seu altar de falsa religião, outro alienado sem compaixão.
Dilacerando corpos –
Dando corda –
Realizando aglomeração.
Navegamos nau a deriva,
Sem que o próximo no poder reflita.
O pobre só é lembrado em ano de eleições,
Fora disso, é negligenciado sem compreensão.
O prato vazio –
Repleto de fome –
Cadê a refeição?
Sem moradia –
Sem cama –
Sem o pão nosso de cada dia.
Assistência médica é luxo!
Não há garantias...
No próximo amanhecer em meio ao turbilhão.
Às vezes, restando-lhe apenas um pedaço de chão –
Um resto de comida em meio ao lixo.
Ao relento –
No rosto o vento.
O gosto amargo da solidão...
Até quando a misericórdia de Deus, assim lhe permitir.