Impactados

Impactados –

Pelo vírus enjaulados.

Cada um escolhe o lado que lhe convém,

Nada de ficar em cima do muro,

Seguro não lhe mantém.

Famílias divididas –

Fomentados em meio às dívidas.

Em seu próprio país –

O clima frio.

Esquerda e direita –

Sangue nos olhos.

Na navalha segue o fio.

Em meio à pandemia –

A ameaça espalhando o caos.

Asfixiando –

Afogamento à seco.

Como um serial killer, deixando os rastros de mortes.

Idosos, adultos, jovens e crianças –

Ninguém é poupado.

Políticos genocidas –

Brincando com milhões de vidas,

Aliando-se ao que for mais letal:

Pode ser o vírus da covid-19 –

Ou a violência, na mira do fuzil,

O que for mais eficaz.

Cidadãos carentes –

Sem o mínimo de apoio.

A fome se espalhando-

Minando a saúde.

Cadê a felicidade?

Perdeu-se em desalinho a realidade.

Em seu altar de falsa religião, outro alienado sem compaixão.

Dilacerando corpos –

Dando corda –

Realizando aglomeração.

Navegamos nau a deriva,

Sem que o próximo no poder reflita.

O pobre só é lembrado em ano de eleições,

Fora disso, é negligenciado sem compreensão.

O prato vazio –

Repleto de fome –

Cadê a refeição?

Sem moradia –

Sem cama –

Sem o pão nosso de cada dia.

Assistência médica é luxo!

Não há garantias...

No próximo amanhecer em meio ao turbilhão.

Às vezes, restando-lhe apenas um pedaço de chão –

Um resto de comida em meio ao lixo.

Ao relento –

No rosto o vento.

O gosto amargo da solidão...

Até quando a misericórdia de Deus, assim lhe permitir.

Fabby (ana) Lima
Enviado por Fabby (ana) Lima em 30/05/2021
Reeditado em 04/06/2021
Código do texto: T7267642
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