Distante e impossível
Nessa leveza do instante de raro vento frio das manhãs, que leva a esperança e traz, feito o balanço da criança, pendurado numa árvore, o café, a fumaça da chaminé, descendo com o gosto amargo, deixando a sensação de que algo surpreendente vai acontecer, no sonho vai, sonho vem
No alpendre da solidão dum calor intenso, sonho, olhando as últimas águas à se derramarem, enquanto rolam rua abaixo, quantas lembranças flutuam como folhas e rosas, que rolam pela ladeira, nessa tempestade dentro de mim, basta um dia sem saber nada de ti, pra que o meu mundo desabe
As chuvas que ainda virão, cairão nas ribanceiras, se tornarão fonte ou riacho, e em cada gota que evaporar no sol tinindo do outro dia, certamente espalhará cada sonho meu, de ti, pelos ares que alcançam nuvens repartidas, no amor sempre estará a alegria
E eu na vontade das tuas mãos por entre as minhas mãos tão sedentas de ti, as nossas mãos ausentes demais, que eu sei, jamais se tocarão, enquanto as nossas almas estarão à sorrir e eu feliz me recostarei em ti, e em teu ombro dormirei, enquanto dormindo inocentes iremos sorrir, agarrada em teus braços sonharei contigo, ao saber que ao despertar, estarei mais só do que nunca, sem nada de ti, infinitamente desejando um tanto que fosse de tua adorável presença, em tempo cada vez mais distante e impossível demais, para tanto amor.