Moonlight
Estou tão cansado, exaustivamente exausto, ludibriamente sã, em uma consciência que não tenho, cujo o ato se faz, em ausências. Estou tão causticamente lúcido, e metonimicamente gênio, em dimensões que se fazem nítidas, apenas, para mim. Eu componho no meu quarto, discursos, teses, a nível 1 ou 2, que somente se fazem nítidas, a mim, somente a mim, o louco que sou. Eu componho almas em discursos sentidos, em pensares intuídos e imbuídos, de significante. Eu sou o referente tão aferente, que a receptibilidade é burlada, pois também o é, o sistema nervoso autônomo. E nestes versos estranhos, eu invento as linhas, de raciocínios, que nunca me dizem nada. Dizer nada é mesmo nada, é o nada que em última instância é, NÃO SABEMOS! E mesmo que digam, eu sei, eu direi, Pobre coitado! Eu me questiono, se é tão imprópria essa integral, por que então não diverges de mim? Mesmo o teste da razão em séries, só me dizerem uma série de coisas, eu ainda tento em fuga, saber algo, e só me encontro, em desencontro de tolos, tolos que sabem que não sabem e que amam, a inverdade, pois é tudo o que há. Mesmo o erudito, o tido como tal, mostra-nos apenas isto, a inverdade; todos os cômodos vazios e o seu suposto saber, sendo apenas, uma cama, aquela em que os sonhos são a janela da alma, aquela que é e continuará a ser, o real posto ao lado, por uma prepotência gramatical, de mentes que pensam que descobriram ao inventar, ai deles se descobrissem que muitos inventam muito mais e que eu mesmo, inventei e desinventei muita coisa e muitas delas esqueci, e logo me dei de conta, que o que resta é apenas isto, uma prosa esquisita, de um homem sonhador. Mundo a fora se constitui muitos gênios como eu, e eu não pretendo entregar nenhuma resposta, a não ser que seja, fingimento. O que sou? Um mísero nada consciente, consciente que de tão consciente, se faz mente, que muitas vezes, o engana e logo me deparo, que a mente paira em algo maior que ela e esse algo topológico é, o nada, o nada da existência, a certeza do despropósito que arrasta em buscas, o suposto saber. O nada gritante, que sequestra a amígdala, em uma certeza gritante, do nada saber. Aos realismos que leio, só vejo, entretenimento de crianças. Nos idealistas que leio, só vejo, medrosos. Nos negadores que vejo, vejo também a mim, o provável que sou, estaria ou estou, em alguns momentos. Em negação me vejo muitas vezes, será que apenas uma vez eles se viram em uma? A negação do nada é do que falo, a negação das ausências, a negação do não saber, a negação do que é, você, instantes ínfimos que pairam em sorrisos, no despropósito do mundo. Amores que passam, a esperança que fica e o palco, com hora marcada. Máscaras que tiram, roupas que trocam, perguntas vazias e, sorrisos de aparente felicidade, pois no encontro de almas medíocres, se faz, mil sorrisos, que aflige profundamente meus tímpanos, mil vezes piores, que acordes dissonantes. Seres tão "empaticamente" enfáticos, em suas certezas e eu que não tenho nenhuma, me vejo em lágrimas, ao me deparar, com o nada que sou.