PARALISIA

PARALISIA

Bebia lentamente, afogando-se em recordações; através da janela, olhava um nada em lugar algum. Os sentidos paralisados no tempo (que não mais fazia sentido algum) e a paisagem fria de folhas mortas, davam ao vento um sopro ausente de vida. Cada gole sorvido num sem som, dava o tom das batidas do coração, âncora de existência na inexistência. Tudo tão vago, tanta monotonia, tanto silêncio repleto de agonias, tudo parecia findo neste mundo velho, salvo uma prece, num último clamor de esperança.

Arnaldo Ferreira
Enviado por Arnaldo Ferreira em 19/05/2021
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