Nós


Foi com o gosto de sal das lágrimas dissolvendo-se em fantasias, que arregalei os meus olhos para as cores, foi assim que confundi as noites frias com as tardes alaranjadas e fui tingindo a minha alma, trocando as mágoas e tristezas pelo amor que aos poucos foi enxergando as nuvens rasteiras, depois procurei no céu mais alto que pude, as estrelas, e vi as luzes das janelas acender quando a noite chegava... entregarmo-nos à paixão que é viver, tirar da alma os espinhos, é o caminho. Sou a flor que cai e não vai ao chão, fica presa nas samambaias, antes dá uma pausa, para ouvir ao fundo, a melodia, depois ao vento se entrega e vai para qualquer lugar.

Talvez eu ainda volte à me trancar, e deixe a lua invadir a janela por onde espiam os meus sonhos, talvez ao dormir eu possa atravessar as montanhas, repetir o eco que aos meus gritos possam vir à se misturar. Talvez eu faça ainda, de alguns tristes rascunhos, pequenos barquinhos de papel e deixe o rio, para muito longe os levar, deles não mais preciso, a minha tristeza se foi... não existe em mim, o que se chama de ausência,porque você está aqui, sempre. O que existe é uma vontade que chega pisando macio na minha alma que insiste numa palavrinha de três letras que se pronuncia nós, palavra tão pequena, e significa tanto em minha vida, repetí-la, e pensar em você, já me traz toda felicidade, chego à escutar a sua voz.



Liduina do Nascimento
Enviado por Liduina do Nascimento em 18/05/2021
Código do texto: T7258562
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