Através do tempo
 
 
A minha alma temia, o meu corpo estremecia diante dos mínimos desafios, sim sofria, o amadurecimento veio, hoje não importa o tamanho do problema, viver é querer a estrada percorrida até o fim que não se sabe, faz tempo que não sei o que é ter pena de mim. Essa força, essa verdade foi achada no amor que me encontrou quando às cegas e só, eu vivia. Nada pode arrancar você de minha alma, tenho em minha mente a cor da paixão. Carrego a certeza de um amor que na íntegra, nunca será vivido, não do jeito que é meu sonho de estimação, um dia serei só páginas e páginas escritas, duma história que nem por isso deixará de ser amor. Não serão páginas sem motivos, qual o motivo maior do que o amor? Um dia  será um livro amarelado pelo tempo, meu voo solitário, desejos levados pelos ventos que passarão limpando a poeira, consumindo a minha memória, o amor em algum canto haverá de ficar, e terá como cobertor a nostalgia, além de vãs e incompreendidas fantasias. _O dia se foi, direi. Serei então uma voz falando sozinha. _As gaivotas se foram, os ventos se calaram, as vozes os gritos sufocaram, de repente o dia não parece mais tão claro. _Assim direi sem ser ouvida. Não mais transcreverei a razão da minha tristeza, pois não mais saberei dizê-la, só sentí-la, não reaparecerão no meu horizonte, linhas de nenhuma cor, nenhum motivo para creditar que lhe encontrarei. Direi baixinho _A tarde perdeu a cor, olha lá vai uma gaivota voando, deve ser minha alma incansàvelmente lhe buscando... sorrirei feliz, sem nada dizer, com a certeza que muito nessa vida, amei você.
Liduina do Nascimento
Enviado por Liduina do Nascimento em 18/05/2021
Código do texto: T7258552
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