Um Eu Lírico Bêbado

A fuga é a imaginação

É o beijo da menina, a música, a poesia, é a boca de um litrão

É minha tentativa de sonhar acordado

para me sentir liberto da cadeia de repetições

Por um breve momento, me solto, divago...

deixo de ser escravo do hábito,

diariamente podado por tantas obrigações

A rotina... Ao mesmo tempo que acalma

Pode ser um pouco prejudicial

Nos enrolamos nela como uma forma de proteção covarde, da mudança, do desconhecido, por medo do caos

Repetimos... Porque há a necessidade da estabilidade,

de estarmos presos naquilo que conhecemos

porque assim é a vida, somos forçados a estar sempre escolhendo

Escolhas... Nesta hora, alguns se abstêm do direito de sonhar

Optando pelo mais seguro, por aquilo que é mais familiar

O que é a vida de verdade? É correr atrás dos sonhos ou uma fuga constante da realidade, um pesadelo com nuances de felicidade?

Hmm.. Olha a síndrome de filósofo atacando de novo...

Um sinal claro de que o álcool já está fazendo efeito,

ideias malucas invadem a cabeça, chuva de palavras!

É delas que sou realmente prisioneiro

E quer saber? Não me solto.

Porque sem elas, não existiria nem mesmo a sombra

de Um Eu Lírico Bêbado.

Um Eu Lírico Bêbado
Enviado por Um Eu Lírico Bêbado em 17/05/2021
Reeditado em 17/05/2021
Código do texto: T7257542
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