Um Eu Lírico Bêbado
A fuga é a imaginação
É o beijo da menina, a música, a poesia, é a boca de um litrão
É minha tentativa de sonhar acordado
para me sentir liberto da cadeia de repetições
Por um breve momento, me solto, divago...
deixo de ser escravo do hábito,
diariamente podado por tantas obrigações
A rotina... Ao mesmo tempo que acalma
Pode ser um pouco prejudicial
Nos enrolamos nela como uma forma de proteção covarde, da mudança, do desconhecido, por medo do caos
Repetimos... Porque há a necessidade da estabilidade,
de estarmos presos naquilo que conhecemos
porque assim é a vida, somos forçados a estar sempre escolhendo
Escolhas... Nesta hora, alguns se abstêm do direito de sonhar
Optando pelo mais seguro, por aquilo que é mais familiar
O que é a vida de verdade? É correr atrás dos sonhos ou uma fuga constante da realidade, um pesadelo com nuances de felicidade?
Hmm.. Olha a síndrome de filósofo atacando de novo...
Um sinal claro de que o álcool já está fazendo efeito,
ideias malucas invadem a cabeça, chuva de palavras!
É delas que sou realmente prisioneiro
E quer saber? Não me solto.
Porque sem elas, não existiria nem mesmo a sombra
de Um Eu Lírico Bêbado.