Arremedos

Tantas vezes eram só a desilusões arrebentando as portas

Deixando marcas

Fragmentos espalhados pelo caminho.

Tantas e tantas vezes eu não tinha um caminho a seguir

Era eu e somente eu em meio aos escombros

Em meio a uma pira de cinzas sopradas ao vento.

Tantas vezes mergulhei no abismo

Desfiz as pontes

Criei torres, encerrei-me por dentro das portas pra sufocar o pranto.

Tantas e tantas vezes abafei o grito,

Era apenas eu e meu silêncio sangrento

De pontas afiadas, cravados mais fundo minhas feridas necrosadas.

Um silêncio tão ensurdecedor que emitia ecos

Por tantas vezes perdi-me dentro de mim, afogando nas lágrimas acumuladas, por trás de um sorriso largo que zombava dos meus pedaços costurados tentando conter o caos irremediável.

Arremedos, por detrás de aedos, morri e morri tantas vezes nas entrelinhas dos versos, tantas vezes dei meu ultimo suspiro abortando sentimentos, mutilando palavras auto paridas que em segredo gritavam por mim.

Ainda se pode ouvir ecos, pelos versos esquecidos em algum canto desse meu tortuoso universo

...de estrelas cadentes que tantas e tantas vezes, repetidamente perderam-se no infinito.

Ao longe em alguma parte desse fatídico silêncio, meus gritos chamam por mim...

Eu posso ouvi-los aleatoriamente na embriaguez dos meus sentidos.