A lenda

Quando as águas do grande rio

Alcança o povo ribeirinho,

de repente ...

Meu Deus! socorro, num voto de aliança

Misericórdia de nossa gente!

Na governança seu moço,

Tem pressa o mensageiro

A vida está por um fio.

Tudo fica aos seus pés

Não tem licença poética

A noite é longa e escura

Voraz despertou a sucuri

É chegada a hora do terror,

Estória que dá medo de ir e vir.

Vultos e assombração

de apavorar

Conto de aparição para se divertir

Com o semblante do curumim

Quando a enxente se perverte

O rio se embrenha e desacata ...

E a pesca do jaraqui, a mandioca e a caça

É a saga de um povo que se atreve

É mais uma lenda que se escreve

Nas entrelinhas dessa mata.

joelma maia