O PÓ DA ESTRADA
Nos gostos e na sabedoria está o manancial que fascina: o tempo de acumulação, de fermentação das esperas e o de fascínio quanto às dádivas da colheita. A cada passo, sinto não ser mais o mesmo. O mundo é rico em contradições.
Amados, o sol de riquezas é este: agradecer os lajeados que se antepõem às movediças areias.
O Absoluto agracia regiamente o andarilhar, mesmo sabendo que somente o coração pereniza-se nos registros dos andejos, porque a razão recria o edifício condominial da lucidez, a fim de evitar prejuízos e estragos na algibeira e em passadiços afetos.
Tornar verdade a resiliência é um doloroso esforço. Bem-vindos ao território da dúvida, parceiros de têmpera forjada no lodaçal dos caminhos. Que exsurja o dia com sua carga memorial. Que possamos, ainda assim, agradecer a vida e suas circunstanciais agruras.
MONCKS, Joaquim. A MAÇÃ NA CRUZ. Obra inédita, 2022.
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