FUGINDO DA SOMBRA
Podemos disfarçar, ocupando-nos em muitas atividades
Sem deixar espaços, para nossas cogitações espirituais
E fugimos da consciência, para não ouvir recriminações
Porque não queremos confrontar com a nossa realidade
Mas o tribunal da consciência tem as suas propriedades
E a evolução do pensamento possui seus próprios rituais
Livre e independente, o pensamento impõe as restrições
E seu detentor jamais consegue se esconder da verdade
E durante o dia e a noite o infeliz procura se manter ativo
Mas não lhe dá sossego essa sua implacável consciência
E por mais que receba suas ordens ela nunca fica calada
Medos ocupam todos os espaços e se vai a tranquilidade
E o infeliz se torna então muito inquieto e sempre esquivo
Sempre agitado, com muita pressa, ele não tem paciência
Os amigos se afastam, para evitar alguma coisa inusitada
E o tal sempre se esquiva, de falar sobre a espiritualidade
Ele vive atarefado, com as futilidades da sua vida racional
No espelho a todo instante, observa a imagem de Narciso
É o caprichoso massagista do seu ego, pelo tempo inteiro
Contudo bem lá no fundo está sua consciência implacável
E o fugitivo sempre procura se esconder do fogo espiritual
Às vezes faz uma pausa, pensa um pouco, e fica indeciso
Mas, apesar de tudo isso o tormento é o seu companheiro
Também o sofrimento o acompanha na vida desagradável
Sempre em fuga, transforma-se no sujeito super hiperativo
Os circunstantes, inconscientes o admiram por suas ações
Eles não sabem, que o fugitivo não consegue ficar em paz
Pois nos medos, nas suas alucinações ele não quer refletir
O fugitivo no íntimo gostaria mesmo de deixar de ser cativo
E escapar de uma vez por todas, desse mundo das ilusões
Na verdade, a vida artificial que pratica, não mais o satisfaz
Ele quer de fato encontrar toda tranquilidade antes de partir
No amor não há medo pelo contrário o perfeito amor elimina
o medo, pois o medo importa em castigo, e quem tem medo
não está aperfeiçoado no amor. (1 João 4:18)