V I S I T A Ç Õ E S
Jorge Luiz Alves


 
"Não sei se fiz bem, mas trouxe um vinho e queijo, algumas palavras portáteis, adequadas ao clima, aquele aroma de cedro e as mãos ásperas deslizando no atlético desenho de sua sedução, escondida num tubinho preto que destacava ainda mais o rubor de tua face. Não pude evitar uma língua insurrecta no teu palato, conspirando para a sistemática demolição de tuas defesas, sobretudo às que evocavam as crianças no quarto, no último estágio de sono inocente, e nós na primeira etapa de mea culpas... Sou culpado por te amar além de minhas blindagens. Declaro-me proscrito de moral e bons costumes, toda vez que ouço tua voz no corredor, indecência vocal que faz de nossa transgressão um Ato de Deus, perdoando cada vigorosa investida no íntimo de tuas fomes. Não sei se fiz bem, mas agora que nos alimentamos - comemos, bebemos e gozamos de toda felicidade contida nas taças do prazer supremo - , é chegada a hora da sesta: volte para suas conexões de rede enquanto eu busco um roteiro para o próximo capítulo deste romance escapista"
Jorge Luiz da Silva Alves
Enviado por Jorge Luiz da Silva Alves em 04/05/2021
Código do texto: T7248365
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