ESPELHO, ESPELHO MEU!

Surpreendida em frente ao meu espelho,

através do seu pálido reflexo, uma verdade,

do espelho a mais pura honestidade,

em mostrar-me os meus traços mais perfeitos.

Me aproximo do espelho, então percebo

em traços soltos e alguns rabiscos, algo imperfeito,

então começo a desenhar outros rabiscos,

a fim de corrigir os meus defeitos.

Mais uma vez voltei a olhar o meu reflexo,

não por narcisismo, mas por protesto, eu gritei:

espelho espelho meu, não me enganes,

essa imagem que refletes, não sou eu.

Inconformada em perceber os meus defeitos,

peguei meu espelho e em mil pedaços quebrei,

descontrolada emendei os mil pedaços,

fiz outro espelho e novamente me olhei.

Entre as frechas das emendas do espelho,

vejo algo que dantes não olhei,

era uma imagem de bela aparência

escondida em minha humana estupidez.

Embora, tão honesto seja meu espelho,

não foi capaz de mostrar-me a minha essência,

mostrou-me, apenas, uma superficial beleza

revestida de uma perfeita aparência.

Foi preciso quebrar o meu espelho,

para assim perceber que há em mim,

uma imagem de aparência bem mais bela,

do que a que meu espelho era capaz de refletir.

By Valdice Oliveira

04/05/2021

Valdice Oliveira
Enviado por Valdice Oliveira em 04/05/2021
Reeditado em 04/05/2021
Código do texto: T7247997
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