Giramundo
O dia vem vindo – contemplo daqui
O sol que dos montes me surge luzente,
Mal surge tão rubro transforma o espaço,
Um pássaro ao longe me canta dolente
O dia vem vindo – da minha janela,
E eu vejo o começo da vida agitada:
Os homens dominam, os carros dominam
O meio da rua, também a calçada...
A aragem amena se extingue com o sol;
É grande o bulício; já não mais contemplo.
Os homens não lutam aqui pela vida,
Somente desejam erguer o seu templo.
Esquecem com a pressa seus próprios irmãos,
Nas mãos a ganância, só medo e rancor,
Com o mundo girando na busca incessante
Quem pode ao menos falar de amor?
Meu peito, que sofre dos males da vida,
Espaço não acha no mundo egoísta
Valores que tenho me foram negados
Apenas os tenho pagando analista.