“DEUS AJUDA QUEM CEDO MADRUGA” (“çei”)
Desde sempre ouvia dizer
“Deus ajuda quem cedo madruga”
E na tenra infância lá estava eu
Trabalhando como um louco
E dizendo: cadê meu trocado, Deus?
E o tempo passou, mais trabalho
Era a minha vez, tinha que ser
Mas entra ano e sai ano
E aquelas palavras parecia engano
Que me faziam sofrer.
Hoje já velho e cansado
Percebi; fui enganado
Enrolado, tapeado
Passei esse tempo inteiro
Trabalhando duro, me “matando”
Pois assim eu teria muito dinheiro
No máximo tenho agora
Nas mãos tendinite
Nos ombros bursite
Na coluna pico de papagaio
Do tamanho de uma arara
E na conta bancária, dívida.
É, foi então que descobri
Quem trabalha não tem tempo
Nem mesmo para viver
Quanto mais ganhar dinheiro.
Como diria o pica pau
Aquele personagem quando se dar mal
“Eu fui tapeado” pelo discurso fatal
Do cruel capitalismo.
E se fosse o comunismo?
Eu sei lá, seria o mesmo cinismo,
Duas valas, um só abismo!
JOEL MARINHO
Desde sempre ouvia dizer
“Deus ajuda quem cedo madruga”
E na tenra infância lá estava eu
Trabalhando como um louco
E dizendo: cadê meu trocado, Deus?
E o tempo passou, mais trabalho
Era a minha vez, tinha que ser
Mas entra ano e sai ano
E aquelas palavras parecia engano
Que me faziam sofrer.
Hoje já velho e cansado
Percebi; fui enganado
Enrolado, tapeado
Passei esse tempo inteiro
Trabalhando duro, me “matando”
Pois assim eu teria muito dinheiro
No máximo tenho agora
Nas mãos tendinite
Nos ombros bursite
Na coluna pico de papagaio
Do tamanho de uma arara
E na conta bancária, dívida.
É, foi então que descobri
Quem trabalha não tem tempo
Nem mesmo para viver
Quanto mais ganhar dinheiro.
Como diria o pica pau
Aquele personagem quando se dar mal
“Eu fui tapeado” pelo discurso fatal
Do cruel capitalismo.
E se fosse o comunismo?
Eu sei lá, seria o mesmo cinismo,
Duas valas, um só abismo!
JOEL MARINHO