é a poesia que sofre as consequências. E um hori-
zonte partido faz-se personagem do amor que o des-
cuido ou o descaso arrendou.
E vai saindo um poema ensanguentado, ferido ator-
doado pelo abalo sísmico de um terremoto interno
que aproveita esses instantes doloridos e engole no
vazio os beijos que não mais serão dados.
E desse jeito o poeta vai soltando as amarras e es-
crevendo seus versos. E entre lágrimas sai a poe-
sia. Mas não é mais uma poesia de amor e sim
poesia que vasculha a alma e quer chorar.
E o poeta triste, taciturno e desinspirado olha para
dentro de si, buscando criar 20 portas para o amor
entrar no poema.
E assim vara a noite, lutando com a falta de inspi-
ração impedindo que o amor fique fora da página.
E amanhece. Lâmpadas apagam-se na noite triste
do poeta.
Num esforço último ele consegue terminar o pará-
grafo dizendo que o amor terminado era incomum.
Como ele e ela eram também.
Pobre poerta..bom que não sou protagonista nem
tenho a ver com esse sofrimento. Pura inspiração triste