Ancestralidade

Qual é o teu lugar no mundo?

Aonde me encaixo neste?

Sinto-me como se não vivesse a minha realidade.

Aqui é tão surreal –

As peças de um quebra cabeça totalmente fora do seu espaço,

Não sei o que é viver.

Palavras não se conectam –

Explodem gerando um impacto negativo –

Flutuam numa atmosfera gravitacional.

Os iguais espelhos não refletem a mesma vivência.

Corpos –

Genética –

Nada se fundem.

A alma –

A essência –

Ímpar.

Assim, torno-me o próprio latifúndio,

Onde recrio as regras para aqui sobreviver.

O mundo lá fora desconheço –

É completamente fora do contexto de tudo o que já vivi.

A minha verdade é oposta –

E longe do que algum dia almejo.

Intenso desassossego –

Constante perigo.

Pareço uma estranha –

Uma alienígena fora do seu planeta.

É tão contraditório dizer...

Desde que me entendo por gente –

Por pessoa –

As impressões foram dando lugar as certezas:

Não sou deste tempo –

Não faço a menor ideia de como vim parar aqui,

Submetida a uma pressão –

Com regras e afins –

A natureza é a minha morada.

Às vezes, chamam-me de louca –

Outras vezes, fasso-me ensandecida –

Para ignorar a crueldade que existe lá fora -

Tentando me alcançar.

Como brinde –

A ansiedade impregnando o meu ser –

Transformando-se em um fantasma –

Que sozinha procuro exorciza-lo.

A cada novo amanhecer é um campo de batalha –

Uma luta a ser travada –

Uma guerra interna a ser vencida.

Eu sei que através das dimensões nunca estarei sozinha.

Mesmo que de certa forma, o amor não se faça presente.

Há um alicerce em meu âmago...

Toda a ancestralidade me guia –

Para que o mal seja superado –

Realizando assim para que o bem sempre prevaleça.

Por mais que seja dolorido -

Talvez penoso...

Machucada –

Sangrando –

Resisto!

Porque há uma promessa:

Tudo ficará bem!

Fabby (ana) Lima
Enviado por Fabby (ana) Lima em 22/04/2021
Reeditado em 24/04/2021
Código do texto: T7238549
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