O POETA CEGO

Poeta é o artífice da exaptacão das palavras e ideias diferenciadas em poesias.

O aqui e agora é o intemporal presente, mas se constata melhor que ontem, e tudo evolve e involve sem prospectar o amanhã. A vida exapta o bom para tudo e todos. A matéria viva ou não, é cega para o ontem e/ou amanhã; mas se complexa e prossegue sem causa ou mentor. A próxima peça do quebra cabeça será por evolução cumulativa selecionada e permanecera se for útil à estrutura funcional e mental viva.

O próximo verso será creado não se sabe onde, nem por quem , nem como e por quê: - surgirá muitos, um ficará. Será sem etiologia, sem teleologia, sem mentor, sem alma, sem espírito, e não pertencerá ao noosférico homem etopoiético e sim, à matéria viva ou natureza ou vida. Este verso integrará o saber universal, se evolutivo, holônico e funcional for.

O poeta não faz versos em vão; e mesmo cego (Dawkins), mas integrado, contribui para diferenciar o presente hólon e antecipar Thanatos. No eterno agora, sabe-se que no novo Eros, a etopoietica, deve introjetar a enação autopoiética, a outridade, matar a razão e cuidar por sobrevida da homeostase planetaria. Vai por fim acatar o ritmo e a velocidade da natureza.

Cego sou no devir do Eu-Sou!

Cesar de Paula
Enviado por Cesar de Paula em 16/04/2021
Reeditado em 25/04/2021
Código do texto: T7233722
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