Um Conto de Amor e Rancor
Escrevo isso com lágrimas nos olhos
Talvez ninguém chegue a ler
Não até ser tarde demais
Eu tenho tentado mudar
Mas ninguém está disposto
A oferecer a ajuda que preciso
Eu já pedi tanto socorro
Mas todos estão surdos para mim
Ou simplesmente não se importam
Mas vão fingir se importar quando eu me for
Eu não estou no meu controle quando me exalto
É difícil de entender, mas estou no piloto automático
Da autodestruição
E só desculpas não bastam para aqueles que machuquei
Mas nem desculpas recebi por quem me machucou
Cheguei agora no clímax dessa odisseia
A minha morte começou há vinte e quatro anos
Não durará nem mais dez minutos
Pois escrevo isso com lágrimas nos olhos
E uma lâmina a minha frente
E os pensamentos borrados, um filme desgovernado
Sobre como tudo podia ser diferente, se eu não fosse doente
Mas a possibilidade é finita
A vida nunca foi bonita
Não desse lado do qual escrevo
Com lágrimas nos olhos, e sangue escorrendo dos pulsos
Cabeça girando, por entre palavras que digito
É o final do meu conto de amor e rancor
E chego despedaçado ao último capítulo
Escrevendo o ''FIM" com lágrimas nos olhos e um nome nos lábios
Eu me suicido, aqui e agora
Ainda esperando que a ajuda chegue, ainda que tardia
E que quem me encontrar, tenha lágrimas como as minhas.