Noite. Entre a vigília e o sono. O onírico e o real tomam assento no trono de minha cama tenho a sensação de que alguem me toca, fico em desassossego, de súbito coloca a mão em minha boca como se quisesse me sufocar. Não saberia dizer se aquela sensasão era real ou apenas ilusão. A janela ainda entreaberta deixa entrar um suave vento do futuro que alisa a aminha pele. Um gato calcula um pulo – salta sobre mim e sinto o seu dorso a me eletrificar. Entre pensamentos lembro daquela garota frágil que encontrei outro dia. Os seus olhos sugeriam louca devassidão. Mas seu corpo era contido como o das freiras dos conventos.