DO PRINCÍPIO ATÉ HOJE A MULHER AINDA CARREGA A CULPA 
AUTOR: JOEL MARINHO
E “no princípio”, diz o livro sagrado hebraico-cristão, “Deus criou os céus e a terra” e Depois criou Adão e para completar a sua criação arrancou a costela do coitado e criou Eva, aí vem o demônio, aquele filho desnaturado que foi expulso do céu por ter pecado e olha o que o miserável fez, criou a cobra. Uiiiii! A cobra, aquela bicha medonha que rasteja com o bucho no chão e a cabeça levantada, mas às vezes também sobe em árvore e foi isso que fez a danada para atrair Eva.
Foi amor à primeira vista, ela ficou gamada pela cobra que apareceu com uma maçã nas mãos e deu a Eva. Ei, mas a cobra não tem mão! Acalma, meu leitor, posso usar minha imaginação?
A Eva coitada, ainda não empoderada caiu no papo sanguinário da cobra e o Adão otário também quis comer a melancia.
Que melancia?
Acalme o coração, nessa coisa de frutas ainda chegaremos à banana, aquela que a Eva sacana também quis experimentar e o Adão sem resistência só fazia aceitar. Pobre Adão? Só que não, o bicho também era safadinho, só que ele aparece sempre como coitadinho jogando a culpa do pecado na mulher que era parte literal dele.
E se você acha que não, então leia Gênesis 3:12, quando Adão que de besta não tinha nada tentou tirar o dele da reta e aplicar um 171 pra cima do Senhor. Disse ele: “A mulher que me deste para estar comigo, foi ela que me deu do fruto da árvore e por isso comi”.
Pobre Adão, tão inocente, não podia dizer não?
E Eva quando “apertada” pelo Senhor também mandou seu 171, mas não colou. Em Gênesis 3:13 o Senhor perguntou: “O que você fez”? E ela respondeu: “A serpente me enganou, por isso comi”. E a cobra batendo palmas sem mãos sorriu e disse: “tenho nada a ver com isso, apenas mostrei a maçã, agora te vira com a banana pra lá, esse abacaxi é teu então cuide de descascar e sozinha, me tire dessa picuinha, não me envolvo com esse papo de frutas”.  E Eva ainda gritou: “sua filha da p...”!
Em pouco tempo o paraíso virou um escarcéu, Adão sem muita coisa a fazer mostrou a banana a Eva e encheu o “paraíso” de meninos e meninas catarrentos e “maluvidos”. Deus balançou a cabeça e pensou: “O que fui fazer na minha vida”?
Logo a terra que era apenas de Adão e Eva virou terra de Eva e Adão, se isso é bom ou não quem sou eu ou quem é você para julgar?
Dizem até que Deus zangou e julgou, tacou fogo nas grandes cidades de Sodoma e Gomorra só porque por lá as coisas se tornaram uma zorra, digamos assim, pegação total (hum, que legal!). Mas isso foi Deus que julgou, ou não, estou fora dessa “julgação”!
E foi aí que começou a grande saga da mulher para tentar provar que não foi ela sozinha a única culpada pela grande cagada que fez o Senhor zangar.
Por ter sido considerada culpada pela ruína do paraíso a mulher quase perdeu o sorriso. Além das dores do parto foi julgada inferior, fraca e para ela somente os trabalhos mais chatos e mais difíceis sobrou.
O homem (macho) sem pudor tornou-se o suposto protetor e superior e fez da mulher a sua “escrava”. Lógico que houve reação, não com uma espada ou com facão, mas da maneira em que lhe é permitido, com a arma da sedução fez do marido o seu “superior” superado e com o tempo ele foi sendo dominado com a gota mágica do amor. Lógico que não é bem assim com essa naturalização romantizada, apenas uma apimentada para dar vida a minha narração.
Mesmo assim esse olhar de dono ainda existe e a mulher é dominada pelo olhar sexista, machista e mesmo com tantas conquistas, em alguns lugares ela já seja bem vista e não apenas a “rainha” do lar ou a escrava, em outros lugares ou pensamentos... a mulher é “culpada” por ter comido aquela maldita maça “azul” que nem gostosa era. E a cobra danada vive por aí a dar gargalhadas, essa talvez seja a maior culpada, mas não vou eximir a culpa de Adão, ele por ser “irmão” do cão já deveria saber de suas presepadas e ter dado um basta nesse bastardo com uma foice bem amolada.