Escuridão densa e espessa
dias e noites fúnebres
terra arrasada e doente
mãos nas pás cavam-se covas razas
moribundos aos montes agonizam nas portas dos hospitais em meio a sacos de cadáveres empilhados
oxigênio escasseia nos leitos de morte
Nossos pulmões se petrificam e os pulmões verdes da amazônia tratamento de choque!
câmara de gás de Sul a Norte
E em meio a obscuras tramas de interesses sinistros
sob o mando de um verme torpe que com a frieza de uma autópsia conduz seu povo, a dor e ao suplício
hordas de famintos se avolumam feito zumbis atormentados pela fome lançados à própria sorte na indiferença universal de nossas cidades
relegados a uma existência que lhe escapa e os coloca entre a fome e a morte
falta-lhes pão e um destino digno
desalento total
ambiente hostil e infectado eis o Brasil a profundar a imensa cova intransponível entre os que têm e os despossuídos
Enquanto nossos algozes qual abutres se lançam em fúria em meio a cadáveres em putrefação a céu aberto
vil destruição e esgraçamento de nosso frágil tecido social
Desterrados em nossa própria pátria reduzidos a fátrias em ódios intestinos
um canto fúnebre se impõe a nossa indiferença
outras mortes se somam a morte física
os portadores da morte invocam Cristo em
nome da paz dos cemitérios
e nossos homens sem sombras e sem coração
nos assombram
entre a treva inesperada e a treva previsível
tudo é grotesco cruel
haveria inspiração sem respiracão
dias e noites fúnebres
terra arrasada e doente
mãos nas pás cavam-se covas razas
moribundos aos montes agonizam nas portas dos hospitais em meio a sacos de cadáveres empilhados
oxigênio escasseia nos leitos de morte
Nossos pulmões se petrificam e os pulmões verdes da amazônia tratamento de choque!
câmara de gás de Sul a Norte
E em meio a obscuras tramas de interesses sinistros
sob o mando de um verme torpe que com a frieza de uma autópsia conduz seu povo, a dor e ao suplício
hordas de famintos se avolumam feito zumbis atormentados pela fome lançados à própria sorte na indiferença universal de nossas cidades
relegados a uma existência que lhe escapa e os coloca entre a fome e a morte
falta-lhes pão e um destino digno
desalento total
ambiente hostil e infectado eis o Brasil a profundar a imensa cova intransponível entre os que têm e os despossuídos
Enquanto nossos algozes qual abutres se lançam em fúria em meio a cadáveres em putrefação a céu aberto
vil destruição e esgraçamento de nosso frágil tecido social
Desterrados em nossa própria pátria reduzidos a fátrias em ódios intestinos
um canto fúnebre se impõe a nossa indiferença
outras mortes se somam a morte física
os portadores da morte invocam Cristo em
nome da paz dos cemitérios
e nossos homens sem sombras e sem coração
nos assombram
entre a treva inesperada e a treva previsível
tudo é grotesco cruel
haveria inspiração sem respiracão