Doce ilusão nesta maldita pandemia.
Em tempos de reclusão,
quanto mais me distancio das pessoas,
tanto mais eu queria me aproximar da natureza.
Que bom sair para tomar sol, olhar o mar,
beber água de côco sentado na areia.
Apreciar a imponência e a beleza do flanboyant,
na sua magnífica florada.
A algazarra dos bem-te-vis felizes.
A revoada das andorinhas
fazendo malabarismo no azul do céu.
Cheiro de terra molhada
depois da chuva mansa no final de tarde.
Fitar o horizonte, o arrebol colorido e ofuscante.
Mas como ter todo esse prazer, se estou confinado
num módico apartamento no centro da cidade?
Triste ilusão! Como eu queria desfrutar de tudo isso!
Edir Araujo
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Autor de A passagem dos cometas, Risos e lágrimas, A boneca de pano, Fulana (inédito) e muitos poemas, crônicas, contos, microcontos e artigos publicados na web "ad aeternum".