Vidador
Sim, a perda, a pior coisa que existe e há de existir, e sempre difícil a visualização do seu vir a ser, e que pode ser muito bem, nada além, de utopia, a crença no não-ser.
Sim, a dor da perda, a saudade irreconciliável por erros cometidos e o presente do presente, o constante do presente contínuo, é... a dor.
As lágrimas que facilmente escorrem ao escutar essa linda flauta melódica.
Redundante? Minha dor é estonteante.
Repetitiva? Minha dor é infinita, na finitude.
Intensa? Minha dor é ruptura, lacunas...
Sim, ausências.
Dor! Dor!!
E não,
Não há o 3, não há equação, apenas... dor.
E nesta dor, eu me dou apenas o sentir, sem pensar no que vi, ou virei a enxergar, sem pensar, apenas sentir.
Nesta dor, apenas dor e nada a mais.
Sem a culpa e sem a solução, sem a explicação, apenas a dor.
Dores que logo aparecem, e dói doer tanto, mas quanto mais doem, dolorido logo fica, e a dor se vai.
Mas de fato não vai, pois dor, apenas fica.
Se vai, não era dor, se fica, sim, é dor.
É ruptura, abrupta ab-rupção, inserção, introjeção da consciência, da dor.
Ausência, logo é o não-ser que dói, e dor é existência, por isso se vai, não é dor, pois, jaz dor;
Dor, apenas... dor.
Criado: 29/03/21