Prosa poética: Flores em vida

Olá pessoal! Nesse texto eu não vou versejar. Só rimar de vez em quando por força do hábito.

Vocês têm observado que eu não vivo só versificando.

Quero compartilhar mais um pouquinho de mim. Aos poucos vou me apresentando pra vocês.

Bem! O assunto hoje é meio triste. Mas é importante. Hoje é um dia especial. Todo mundo sente saudades hoje.

Então vai uma dica: dêem flores em vida!

Comprem buquês maravilhosos nos dias mais simples. Coroas e arranjos em aniversários, casamentos e batizados são lindos e importantes também. Mas dêem flores sem motivos especiais. Junto com corações de chocolates e versos de amor. Aliás, dêem amor.

Digam que amam depois de entregarem uma flor roubada que seja.

Essas sim vão arrancar sorrisos de quem você ama.

No cemitério elas são só entulho!

Quem você queria que visse e sentisse o seu carinho não está mais ali.

Seu anjo já voltou pra casa!

Desculpa! É minha opinião. Devia guardá-la comigo eu sei. Mas se vocês pararem pra analisar com a razão encontrarão o sentido.

Prosa poética: Flores em vida

Tudo que é vivo morre. Este é um fato natural.

E todos nós humanos iremos morrer no final.

Uns mais cedo outros mais tarde... Uns com dignidade e outros nem tanto.

Uns de forma inesperada, outros depois de longo sofrimento...

Mas, o fado da morte chega igual, inexorável, para todos.

E o tempo de cada um ninguém sabe, só Deus!

Mas, se a morte é um fato presumível, apesar do seu quando ser imprevisível, por que será que ela nos causa tanto medo?

Será medo do adeus?

Eu sou bastante medrosa, não nego.

Mas sobre a morte eu tenho um pensamento positivo. Se é que se pode dizer assim.

E esse pensamento rego e prego, enquanto emprego trazendo-o para mim.

Não vejo a minha morte como o fim.

Vejo-a como uma passagem para outras vidas.

Como repentinas partidas.

Mas, não vou discorrer sobre a minha crença na morte como uma viagem presumida,

E que, segundo a lei do karma, é por muitos defendida.

Quero mesmo é falar do que me amedronta no ritual da morte.

Hoje é dia um dia bem apropriado. Dia de finados. Feriado Nacional!

Dia de visitar os mortos!

E para onde as pessoas vão? Aos cemitérios!

E é bom que façam isso! Longe de mim criticar essa cultura. Pelo contrário!

Admiro muito quem consegue acreditar que lá seu ente querido descansa em paz.

Se essa crença é eficaz...

Eu não consigo!

E é sobre isso que eu quero conversar com vocês.

Quero refletir sobre esse fato que não acho normal.

Não consigo conviver com a ideia do enterro ou sepultamento.

Tenho verdadeiro pavor dessa prática. Para mim é um tormento

Não consigo ver alguém sendo sepultado.

Nunca acompanhei cortejo fúnebre até o instante final.

Sei que algumas pessoas podem dizer que eu preciso de terapia.

E eu não nego essa possibilidade... Negar seria o cúmulo.

Mas não gosto de pensar nas pessoas lá embaixo, no túmulo.

Prefiro pensar nela viajando...

Não sei por que isso me ocorre sempre que estou pensando...

Ou da perda de algum ente querido lembrando...

No instante que sei da sua morte é como se o corpo não significasse mais nada para mim..

Participo do ritual todo, mas é como se aquilo não me abalasse mais.

Não critico quem se preocupa em ver o rosto do morto.

Eu faço isso se o velório for organizado dessa forma.

Não critico quem toca, quem se abraça, quem chora alto ou tem desmaios de dor pela desgraça. Só não sinto nada disso.

Vejo tudo como um ritual. Na minha mente só um pensamento fixo “ ele ou ela não está mais aqui”.

Mas, sabe o que eu sinto?

Saudades!

Só saudades da vida com ele ou ela.

Saudades da pessoa! Só dela!

Saudades da vida que vivemos juntos...

Não estranhe se ao cemitério eu não for...

Levar flores para os que já são defuntos.

Não é porque não dou valor...

Não tenho carinho ou atenção.

É que o meu romântico coração,

“Prefere flores em vida, colhidas no Jardim do Amor”.

Texto escrito em 02/11/2020 - Dia de Finados

Adriribeiro/@adri.poesias

Adriribeiro
Enviado por Adriribeiro em 01/04/2021
Reeditado em 05/04/2021
Código do texto: T7221487
Classificação de conteúdo: seguro
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