Dor de passarinho!
Z
Através de enormes paredes de vidro
Em uma espécie de ninho, sofisticado e fechado
Sabiá vê o que vê, sem saber entender.
Num silêncio de pensar!
...de ficar, sem entender;
Vê um rosto que é seu, neste espelho frio refletido.
Vê..! Sabe...! Mas, não sabe o que dizer!

Passarinho sofrido e por demais comovido,
Se recusa subir e voltar ao telhado.
Quer só ficar ali, sem nada precisar dizer;
Ali condoido! Entristecido!
E ainda sem nada, conseguir entender.
Vê e ao lado daquele pequeno corpo exaurido,
Sabe que precisa, mas não sabe o que vai fazer!

Prostrado, congelado, desiludido...
Tem dó! Pensando, como sofreu e sofre, o pobre coitado.
Talvez.... imaginando...!
Sem absolutamente, nada ainda a compreender;
Pelo que te faz, tanto se condoer.
Estirado está, naquele chão frio seu desconhecido amigo.
Que chega seu peito palpitar, agitar, descompassar, e doer!

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Nenhum piado ou ruído
Silêncio, silênciado! Velando aquele corpinho deitado
Movimentos...?
Nenhuma de suas asas a bater.
Mudo!
Sem mudar, sem se mexer...
Sabiá deduz... Uma luz somente!
Mas sente,  que falta algo pra poder entender.
Talvez um inaudível som em suspiro!
Acho...(pensa a sabiá)
Uma quase certeza que acabei, de só nesse instante perceber!

Nada mais provocará, na terra seu sorriso;
Agora eu descobri o que possível..., o tenha vitimado.
Não comerá mais suas frutinhas maduras,
Findou vida ingrata e dura, em seu ser.
Sua "alminha" já subiu pra Eternidade;
...pra Deus, bem lá no Paraíso!
Acabou-se expiação! 
Bico dilacerado!
Sofrimento, não mais, nem aís!
Coração fraquinho, vai parando de vez...
Nunca mais haverá de bater!


Todos os passarinhos merecem o céu!!!
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SERRA GERAL
Enviado por SERRA GERAL em 31/03/2021
Reeditado em 31/03/2021
Código do texto: T7220064
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