breve

Eis tudo,
Tudo que me resta...
Um sopro
Salobro
Vem do mar.
Sobre o telhado
Move a rosa-dos-ventos,
A rosa da vida,
Faz o galo cantar.
Marrom e amarelo,
Quando se eleva
Em redemoinho
Varre as folhas secas,
Sacode a floresta,
Quebra os galhos velhos,
Espanta roedores,
Emudece os pássaros,
Solta a paina no ar.
Eis o que resta.
A festa de outono.
Um sopro...
Aguça a chama,
Atiça fagulhas
Na escuridade anil.
Do jardim ao altar,
Despido de tudo,

De tudo que resta
Na mesa sob flores.
Cortinas balançam.
Candente sopra um riso
Breve como o sol na eternidade a brilhar.




(Escrito em 06/09/2015)