Meus olhos
Certa vez, meu amor, tu me disseste que os olhos são janela da alma.
Recentemente me lembrei de tuas palavras, quando, em ardente amor, olhei-me no espelho, pensando em ti. A simples passagem tua pela minha mente era o suficiente para clarear meus olhos.
Há tempos eu não parava para observá-los direito. Vejo uma beleza incomum em minha íris, um claro hipnotizante, beleza e sinceridade, que eu havia esquecido possuir. Me apaixonei pelos meus olhos.
Um fato curioso, entretanto, me chamou atenção. Dia desses, novamente, eu desisti de você. Estava perdido, confuso e desesperado, pois nada é capaz de estilhaçar mais a alma que um amor unilateral.
No momento que desisti de ti, olhei-me no espelho. Meus olhos escureceram, refletindo minha alma que agora não refletia mais tua luz. Não havia brilho. A claridade abandonou-me, e se tornaram, mais uma vez, olhos comuns.
Pois hoje acordei te amando novamente. Havia novamente claridade em meu olhar, e uma determinação renovada. O verde hipnotizante retornara, em toda sua beleza e sinceridade.
Certa vez, tu me disseste que os olhos são janela da alma, minha vida.
Pois partindo desse pressuposto, ó, meu amor, em verdade te digo:
Não há como estar errado em amar você. Pois somente o mais puro amor é capaz de curar e clarear a alma. E o mais puro amor ama e cuida, sem jamais esperar algo em troca.