TATOS NO JARDIM
As palavras ditas se congelam na noite fria no jardim. A comunicação são tatos ternos nas folhas ao meu redor no luar lânguido. Estreito meu pensamento de uma saudade última, aspiro a umidade na emoção de fragmentos refulgindo um louva-a-deus em comunhão com céu.
O vento em seu curso ginga a rosa no galho, levanta seu decote vermelho, a flor caí ao chão para amar.
A natureza é repleta de mistérios e fantasias revelando melodias nuas e cruas, na essência do amor.
Vale-me o amor sem conjeturas e sem vagar esquecimento nascido da flor da água verde do mar, com tempero natural de harmonia, entre beijos e fluido total nas artérias, despertando nas carnes e nas almas amor ardente.
Como olhos nos olhos, amores de peitos que badalam os sinos dos corações, amores no ventre da noite que mexe com sonhos esquecidos.
De corpo num corpo, onde cantam os beijos nos lábios, entre raios de luzes das estrelas, entre poeiras de uvas lavadas nas bocas do agridoce úmido dos soluços, debruçados em janelas abertas nas linhas onduladas dos dorsos.