AMOR NÃO É INSTINTO

Amor não é instinto, não é presente dos céus, não cai em nosso colo de mão beijada. Isso se chama conto de fadas. Tampouco o amor é somente o flerte, o frio na barriga ou se apaixonar à primeira vista. Tesão é uma coisa muito diferente, que dá e passa, vai e volta, dá as caras em dias frios de solidão, assim como o desejo e o frisson do início da relação.

Em especial para nós mulheres, fomos levadas a acreditar em amores instantâneos porque essa era a única saída segura para encarar a vida com amortecedor. Afinal, a perspectiva menos terrível seria passar o resto da vida com o mesmo parceiro e sem o mínimo de prazer para atender as necessidades do corpo feminino, sempre pronto para servir. A fantasia era o único caminho.

Acontece que amor é investimento e dá trabalho.

O início é sempre fácil porque o desejo ajuda, encanta e lubrifica. Mas, a partir de certo momento, seguir juntos deve ser uma decisão consciente. É aqui que começa a prova dos nove sobre quem está disposto a dialogar, se expressar, a compreender o outro de verdade.

Amar o outro pode ser como um projeto onde você foca sempre na melhor forma de alcançar a felicidade que você sonhou para você. Com etapas, metas, foco. Tratar o amor como sorte é o mesmo que subjugar sua capacidade de ser melhor. Assim ficamos preguiçosos, descuidados. Aí não tem amor - muito menos tesão - que aguente!

Longe de mim querer te assustar. Pelo contrário: te desejo pé no chão, consciência e presença. Com esses três ingredientes, o amor alcança uma potência quase que inesgotável. É a sua potência mais linda.

Amar vivendo o momento presente, buscando estratégias e soluções diárias pode ser uma aventura deliciosa. A partir do momento em que você se compromete com essa aventura, você embarca nela disposta a ser feliz todos os dias (e não “para sempre”).

Katarina Franciele
Enviado por OSMAR ZIBA em 18/03/2021
Código do texto: T7209804
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