no apartamento.
num apartamento,
levanto agora,
olhos embaçados,
não enxergo as horas
arrasto a cortina,
está nublado,
aqui, inverno
sombrio e gelado
apenas eu na rua
apenas eu na noite
apenas eu aqui
apenas eu na cidade
em meio à escuridão, trago
a chuva da madrugada me inspira
mas não lembro de algumas coisas
porque estou com um cigarro
a rua molhada,
chuva constante,
o bater das botas,
emergindo nesse instante
estou numa esquina
acabei de comprar um café
estou voltando para casa
avisto alguém
depois de tanto tempo,
encontro-lhe,
sentada num banco
apreciando o nada
os olhos pareiam,
os sorrisos comparecem,
os batimentos aumentam,
em meio à escuridão,
a luz aparece.