FÁBIO FABRÍCIO FABRETTI - II

Sim, sou Fábio Fabrício Fabretti. De verdade. Digo isso porque não é um nome artístico. Ninguém escolheria um nome assim, eu acho. É uma aliteração. Uma estranha herança familiar que não tem explicação, assim como a explicação não tem um nome certo.

Já disseram quase tudo sobre o meu nome de centopéia. Que é lindo, feio, brega, bacana, diferente, ridículo, que tem som de trem descarrilhando, que é trava-língua como o-rato-roeu-a-roupa-do-rei ou nome de autor infantil, que escreve coisas como vovô-viu-a-uva-da-vovó.

Talvez por isso resolvi escrever para crianças. O nome já ajuda, afinal, é um nome-brincadeira!

Descobri que tem até dupla sertaneja que se chama assim.

Se o maior patrimônio de uma pessoa é o seu nome, posso dizer que nasci rico!

Como professor é ótimo, porque não há aluno que esqueça. E como escritor também. Ninguém apaga da memória o meu nome-tripa-de-efes. Nem mesmo quem passa por minha vida e não permanece. Imagine que emocionante, no futuro, os meus alunos e meus leitores se lembrando de mim e meu nome aliterado! Isso prova que tudo, até o ruim, tem seu lado bom.

Sim. É diferente. É esquisito. É doido.

Mas é o meu nome. Então, vamos juntos até o fim.

Efe: Sexta letra do alfabeto. Consoante labiodental fricativa surda.

Fábio: Origem latina que significa fava.

Fabrício: Do Latim, aquele que fabrica.

Fabretti: Do italiano arcaico, pequeno ferreiro.

Em tempo: aliteração é uma figura de linguagem assonante e consoante que consiste em repetir as mesmas letras ou sílabas num verso ou numa frase (no meu caso, no nome), rs.