RÉU CONFESSO!
-Meus idos momentos de solidão-
-Meus idos momentos de solidão-
Meu Deus...
Quão, tanta saúde e vida,
À bem pouco, eu tinha
Quantas flores perfumadas...
Belas, formosas, delicadas
Plantadas em vasos, floreiras,
Beiras, abandonadas de estradas!
...vi e eu mesmo, as fiz secar e morrer!
Passarinhos?
Grandes, pequenos, de todos os tipos
Pretos, brancos, cinzentos
Azuis, amarelos, coloridos, atentos
Não reparei nos seus cantares
Espantei, apedrejei...
Matei, machuquei, aos milhares...
Fiz voar...,
Botei-os, todos pra correr!
Ah!
Quantas águas puras e límpidas, sujei
Vendo ao fundo, peixinhos a nadar
Via, mas nem percebia...
Nem, sequer me arrependia
Ajudei atulhar rios, poluir sujar mares
Perdi a chance...
Não mergulhei, nem nadei
Contribui demais,
Pra tudo isso fenecer e quase desaparecer!
Que pena...
E os imensos mantos verdes?
Desmatei sem dó, com minha energia
À facões, serrotes, a golpes de machado
Serras, bosques, serrados, eu como guia
Não trilhei, não escalei, não me extasiei...
Não procurei desvendar! ...chegar lá!
Não fui lá para apreciar e nem, conhecer!
E aos meus iguais?
Fiz de todos, inimigos meus!
Não estendi minhas mãos
Pois não os via como meus irmãos
Pensava eu, ser o melhor! O centro...
No fundo fui, sim, foi o pior...
Um desgraçado, desagradando tanto a Deus
Me afastei, e de todos só me isolei
Quis ganhar muita grana
Usando de métodos, pouco honestos
Fui um verdadeiro ‘sacana’
E muito dinheiro...!
Mas muito mesmo, eu ganhei...!
Gastei! perdi tudo!
Joguei tudo no esgoto
Sendo um verdadeiro abjeto
Me atirei, num daqueles rios poluídos de egoísmos.
Fui um completo idiota, sem saber...!
Hoje quero um pouquinho
Do tempo que joguei fora
Um amigo sequer tenho,
Como ter restado, algum?
Se a todos, mandei que fossem embora!
E o ar, o rio e o mar, puros, que sujei
Me fazem tanta falta...
Ah! Se....