CUIDANDO DE MIM
Ontem, revendo meus passos
Lamentei pelos tropeços em abrigos inóspitos,
Que amputaram-me lembranças.
Hoje, minha amnésia é alforria,
Pois lembranças professam as mesmas regras das sementes: se cuidadas, brotam.
O passado enclausurado engoliu parte da história
Deixando imerso no silêncio o que se tinha para contar.
Mas fiz curativos.
E no ritual do cuidado, como crivo decisório,
Optei por alcançar alegrias miúdas e colossais.
Todas, igualmente, importantes.
E o normativo existir, qualificou a fuga do viver transcorrido
Me outorgando o direito de um amanhã.