CUIDANDO DE MIM

Ontem, revendo meus passos

Lamentei pelos tropeços em abrigos inóspitos,

Que amputaram-me lembranças.

Hoje, minha amnésia é alforria,

Pois lembranças professam as mesmas regras das sementes: se cuidadas, brotam.

O passado enclausurado engoliu parte da história

Deixando imerso no silêncio o que se tinha para contar.

Mas fiz curativos.

E no ritual do cuidado, como crivo decisório,

Optei por alcançar alegrias miúdas e colossais.

Todas, igualmente, importantes.

E o normativo existir, qualificou a fuga do viver transcorrido

Me outorgando o direito de um amanhã.

Iz Cristina Avlis
Enviado por Iz Cristina Avlis em 14/03/2021
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