Morada




Os primeiros pássaros despertaram,
deixam seus ninhos,
também eu sem querer despertei.
Preguiça... Ribeiro de sonhos, cores,
montanhas, os meus olhos continuam
fechados, a minha alma quer dormir
outra vez para voltar para lá!
Precisa.
Contrariando, avisto alguns edifícios
de janelas ainda no escuro, alguns sonhos
que nem sei, neles permanecem.
Pesadelos outros, anônimos, neles
estão, prefiro sonhar.
Vou voltar, à dormir, ainda é cedo,
conheço os caminhos das fantasias.

Sinto muita saudade das manhãs
aos domingos lá em casa, saudade
do meu quintal agora entregue à poeira,
às folhas secas que antes rodopiam,
sem alcance aos meus cuidados, depois
rendem-se, e se vão, para onde não sei.

Nada nos pertence.

Os pássaros de lá sentem a minha falta,
ou será que são esses mesmos
de agora? Nessa nova morada?
Talvez tenham me encontrado, cantam
do mesmo jeito, para me animar!
Agradeço o convite para os voos,
com certeza um pouco mais tarde.
Minha alma não quer voar, não
por agora, voltarei à sonhar.
Liduina do Nascimento
Enviado por Liduina do Nascimento em 14/03/2021
Código do texto: T7206365
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