ainda não consegui...
Hoje acordei e tive um sentimento com muita paz.
Chovia fino e o sol irradiava entre o céu carregado.
Melê balançava o rabo e eu tomava café.
Percebi que o silêncio agora faz parte da manhã.
O ar está menos fumaça e mais mato molhado.
Hoje eu não tinha para onde ir, apenas a janela e ver a rua
Eu vi: na praça abandonada, os brinquedos quebrados;
na rua esburacada, vazia de carros, as poças formadas;
entre os fios e um poste o oiti, sem poda, e pássaros;
que debaixo da marquise apenas cães reviravam o lixo.
Hoje fiz almoço: fritei bife e cozinhei arroz;
cortei tomate, separei alface, fritei ovo e fiz suco.
Comi calmo, sem olhar relógio, lavei calmo.
Como se o tempo fosse meu.
Esta tarde eu não tinha nada além de ver a tv.
Eu vi: passou quem mente e toda a falta de sentido.
Tinha corrupto que roubava sendo aplaudido;
tinha corrupto que mata sendo protegido;
tinha cidadão sendo morto por ter nos defendido.
Hoje eu fui dormir, mas ainda não consegui...