[Despindo-me aos Poucos]
[Ah, se nem eu me levo a sério...]
Vim despindo-me aos poucos:
de primeira e suma importância,
era desnudar o meu peito; assim,
a camisa, eu deixei em casa de Elsa.
Como troféu das aulas práticas de sexo,
deixei as calças jeans com Mirna;
e nem de perto a recompensa foi justa,
pois, em seus braços, nasci homem adulto!
Mais tarde, era importante sentir o chão;
portanto, os sapatos e as meias,
ficaram (ou ela os levou?) em casa de Ana,
a bela moça dos olhos castanhos.
Quanto à cueca, foram tantas as noites,
tantas as mulheres, que eu,
sem tentear com a verdade,
não sei mesmo dizer onde ficou!
[Nem falarei dos inúmeros entreatos
senão, poderia cometer injustiças!]
Estou nu, e afinal, hiena não sou,
mas ainda ostento o sorriso de captura;
ah, dizem ser belo o meu sorriso!
[prometi ser justo com a dentista].
Então... nu, sorriso aberto de alvos dentes,
paro, olho a esteira da minha vida e penso:
como foi que eu vim parar aqui, tão só,
eu que nem queria nascer?!
Vichhhh... haja noite, e haja vinho!
Eu não disse que conseguiria provar
que sou um homem sublime?!
[As pessoas são fictícias, os nomes são reais.]
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[Penas do Desterro, 22 de abril de 2002]