Fim do mundo

Eu entro em transe quase todo fim de tarde

Encaro o céu

Lusco-fusco

É futuro, é nostalgia

Rá morrendo e o sangue dourando tudo o que há no horizonte

Me banho também

Depois o infinito fica lilás, rosa, nuvens finas

As vezes tsunami negro, denso

Assim me lanço

Meu demônios agradecem

Fixado no céu, eu me vejo em outros mundos

E prefiro acreditar que sou a única criatura da minha espécie a encarar o infinito

Somente eu

Só nós

Mais um dia, menos um

Ufa!

Eu, o céu e o fim