Versos de luta não são contos de fadas.
Art. 5º
I - homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações, nos termos desta Constituição;
Nosso corpo é resistência, não objeto.
Nossa fala é direito, não silêncio.
Nossa vida tem valor e destemor.
Nossa luta é constante com vigor.
Desde cedo aprendemos nos contos de fadas
Que mulheres devem ser delicadas
Eu nunca acreditei em final feliz
A vida exige experiência para qualquer aprendiz
Nasci mulher, tenho orgulho da minha face
Não sou igual Cinderella com sua vaidade
Cresci jogando bola na rua
Escalando árvores no parque
Nem por isso rompi com minha identidade.
Minhas vontades sou eu quem dito
E lhe digo: “sou sim, dona do meu próprio umbigo”
Os costumes antigos que fiquem pra história
Hoje muitas mulheres querem mudanças e reviravolta
Direito ao trabalho já foi conquistado
Agora só falta mudar a diferença no salário
As vozes não calam, a luta é brava
Em meus sonhos vejo mulheres com garras
E não princesas em contos de fada.
Sem estética, estrutura ou padrão
Cada mulher se constrói com as suas próprias mãos
Não queira romantizar a figura da mulher
Já que no cenário atual ela sai da cozinha
Pra ser quem ela quiser
A mulher é quem tece a sua identidade
E se algum dia alguma lhe disser “Não”
Respeite a sua vontade
Toda pessoa tem direito à liberdade
Nossos direitos estão na constituição
Eu tenho sim a liberdade de dizer “Não”
Eu sei que as leis não são vãs
Por isso a luta deve persistir
E por aquelas que ainda não sabem
Meus versos vão existir
Iremos resistir a qualquer repressão
Mulher, você não está sozinha
Vamos todas dar as mãos.