O PODER DA ESCRITA

Escrevo escrevo e volto a escrever, contudo, nem sempre publico o que escrevo. Querem saber porque escrevo tanto e guardo para mim? Porque a escrita cada vez mais é um escape, uma amiga, uma companheira, um amante; eu barafusto, grito, esperneio e dou beijos e abraços quando me apetece. Depois disto, depois de retemperar as forças num verdadeiro Spa, faço as pazes comigo.

Em tempo de confinamento, não é fácil encontrar quem nos ouça e nos entenda. O computador roubou o lugar ás pessoas e tornou-se o nosso confidente.

O poeta ou o escritor, escreve, disseca emoções, desnuda sentimentos, conta uma história de faca e alguidar, faz chorar as pedras da calçada e logo acorre um monte de gente a dar consolo ao escrevinhador. Já não tenho paciência para tanta ignorância. É triste constatar que as pessoas em vez de evoluírem regridem. Estou cansada de pessoas decadentes. Estou cansada de gente mesquinha e estupida. Andar para trás é perda de tempo. Não tentem fazer-me andar para trás porque me recuso terminantemente e acreditem que sou mais teimosa que uma mula.

É bom que todos leiam e percebam realmente as diferenças para que possam separar as águas e não pensem que o autor está a contar a sua vida. No meu caso, eu até compreendo que o leitor seja induzido em erro, dada a veracidade emocional que eu confiro ás minhas palavras.

Assim como o pintor faz arte com a cor, o escultor com os diversos materiais que manuseia, o escritor/poeta faz arte com as letras. Forma palavras cheias de emoções e sentimentos e incute-lhes vida. Elas choram e riem, cantam e dançam.

A matéria prima do poeta para fazer o seu "trabalho" são exatamente as emoções e os sentimentos, que ele vai buscar onde a sua sensibilidade e imaginação o levam. O poeta/escritor, conta uma história, com a qual muitas vezes alguém se identifica, incluindo o próprio escritor.

Espero que duma vez por todas, as pessoas reconheçam a matéria prima que o poeta manuseia para fazer as suas obras de arte.

O leitor, nunca saberá distinguir a realidade da ficção, dada a capacidade camaleónica e a subtileza com que o escritor se insinua, por isso não especulem nem lancem palpites, a tarefa em questão, cabe exclusivamente ao autor.

A escrita é uma arma poderosa que eu usarei sempre até ao limite das minhas faculdades, para arremessar mensagens de amor e paz e fazer detonar tudo o que eu achar que é incongruente, malévolo e obscuro.

©Maria Dulce Leitao Reis

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Maria Dulce Leitão Reis
Enviado por Maria Dulce Leitão Reis em 02/03/2021
Código do texto: T7196850
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