Alzirinha.

Quando eu era criança
lá na fazenda Liberdade
minha casa fazia divisa
com a casa de Alzirinha.

Do outro lado ela morava,
habitava também meus sonhos.
Ela ficava na fresta da cerca
de olhos arregalados a me observar...

A timidez era tanta,
que não permitia que alongasse a prosa,
me faltavam sempre as palavras.

Minha mãe fazia biscoito de polvilho,
crocante que chamava a atenção da vizinha.
Tantas guloseimas e quitandas da roça
que para fazer um agrado
levava perto das falhas da cerca
para dividir com Alzirinha.

Ela tinha uns olhos verdes
que brilhavam quando viam as iguarias.
Ela dizia que era minha namorada
mas acho que ela gostava mesmo
era de dividir comigo as delícias
que minha mãe "cozinheira de mão cheia" fazia.