Amar é melhor que brincar
Os relacionamentos são os laboratórios do amor. Não se ama, ainda que o senso comum diga o contrário, sem se relacionar. Sem aturar as diferenças durante o tempo do consumo de um saco de sal. Não um saquinho.
O amor é o resultado, portanto, do relacionamento. De um um bom relacionamento, diga-se de passagem. Não dos aparentemente perfeitos, isso é uma cilada tremenda. Geralmente aí alguém está mentindo. Senão os dois.
Relacionamento que faz nascer o amor é aquele que testa as criaturas, que faz sentir raiva para se avaliar se vale a pena o perdão. Nem sempre vale a pena, não é um conto de fadas. É uma tentativa de se construir um relacionamento amoroso.
Relacionamento de verdade é aquele onde há companheirismo. E para saber se isso existe, necessário se faz uma boa dose de dificuldades. Não há comprovação de amor sem isso. Companheirismo não é estar juntos nos dias de sol, mas se amparar nas tempestades.
Mas não tem como se relacionar sem o risco de se dar mal. Não tem como ganhar sem jogar, o que implica a chance de perder. Não tem como chegar lá sem se arriscar.
E os tombos doem menos sabendo disso? Com certeza não. Mas essa ciência de que a vida é vivida e que a felicidade é construída à base de tentativas e tombos nos dá uma perspectiva diferente. Que nos faz enxergar que vale a pena levantar e tentar outra vez. E mais uma. E tantas quantas forem necessárias.
A sabedoria é o resultado da nossa insistência em adquiri-la. O amor é o resultado da nossa assimilação da sabedoria.