Imagino o riso

Insanidade talvez, eu já nem sei

Mas vejo-me cansada dos nãos que mutilam sonhos,

Vejo-me mergulhada em tantas inquietações.

Do meu eu desgarrado

Meu peito tem abrigado

Tantas ilusões de frases feitas

Que amanhã é um novo dia...

Uma página em branco a espera de uma nova poesia a ser escrita.

Mas e o baú aqui dentro, que continua abarrotado de tantas incertezas da desfaçatez do meu fiasco...

Eu volto a mim, pulo do penhasco

Invento, ensaio uma nova estratégia

Pra coibir os estragos que entranham, enraizam, meu ser invadindo meu espaço

E por um ato de sobrevivência,

Eu abstraio toda minha existência finita

E viajo em asas de cera, em direçao ao sol dos meus ocasos, buscando...

Divago entre aniquilar de vez minha essência que faz-me arriscar de olhos fechados ou aceitar uma vida permeada de passos calculados

Que sufoca meus dias, sem sonhos,

sem tréguas, sem nenhuma fantasia

E num ato de bravura...eu abro as cortinas da loucura, abro mão de tudo que é sensato

Fecho meus olhos a este existir pesado, arrastado que não traz afagos, desejos, que nesse meu mundo tão borrado... imperfeito.

Enxugo o liquido salgado que transborda no cume do meu cansaço

Extraio toda força que ainda mora em mim, sem olhar ao redor deixo-me sorrir.

Subtraio por instantes meu desencanto, regresso ao meu infinito mundo, de passos inconstantes onde posso voar, posso abafar a inóspita.a inercia dos dias sem misericórdia.

Aqui no meu vasto recinto eu decido que nada é proibido, onde o impossivel deixa der uma constante, pra ser nada mais que um substantivo.

Nesse meu mundo louco, eu imito o palhaço que sobre a face de tons multicores imagina o riso pra esconder suas próprias dores.